São Martinho teve mais de R$18 milhões de prejuízo na maior enchente da história da cidade no início deste mês devido a subida do nível do Rio Capivari

A cidade de São Martinho teve um prejuízo estimado em mais de R$18 milhões devido a maior enchente da história da cidade ocorrida no início deste mês. O número foi divulgado pela Prefeitura nesta terça-feira, dia 13. O município do Sul catarinense foi um dos mais atingidos nas enchentes ocasionados devido ao grande volume de chuva que atingiu Santa Catarina na semana entre o final de novembro e início de dezembro.

Os prejuízos estimados ultrapassam R$ 7,5 milhões, entre obras de infraestrutura, instalações de saúde, educação e serviços. Enquanto na iniciativa privada, além das 62 residências que foram danificadas pelo evento climático, ocasionando prejuízo estimado aproximado de R$ 2,8 milhões, diversos setores da economia local também tiveram perdas: Agricultura (R$ 798 mil), Pecuária (R$ 3,2 milhões), Indústria (R$ 490 mil), Comércio (R$ 3,4 milhões), e Serviços (R$ 460 mil), ambas estimadas.

Após a enchente, servidores públicos e voluntários promoveram uma verdadeira força-tarefa nos últimos dias para restabelecer a infraestrutura, os serviços administrativos e de atendimento ao público em São Martinho. Levantamento realizado pela Defesa Civil, com informações da Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação, indica que oito pessoas ficaram desalojadas e outras 145 desabrigadas.

Essa foi a maior enchente já registrada no município. Dados da ANA – Agência Nacional de Águas mostram que o Rio Capivari atingiu a cota de 10,38 metros no dia 1º de dezembro. Isso significa que o nível do rio subiu 6,38 metros além do seu nível normal. Pelo histórico, com exceção do mês de maio, o rio local não ultrapassava seu nível de emergência (5,50 metros) há 10 anos.

Agora, o município aguarda o reconhecimento do decreto de Situação de Emergência por parte do Governo Federal. Essa autenticação deve possibilitar aos moradores diretamente afetados o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), linhas de créditos especiais para pessoas físicas e jurídicas e recursos para a reestruturação da Administração Pública.

Força-Tarefa após enchente

De acordo com a Prefeitura, de imediato a prioridade foi atender às pessoas atingidas diretamente pela enchente. Famílias desabrigadas foram amparadas na Escola Rodolfo Rocha. Lá, permaneceram por dois dias.

Uma campanha solidária também foi criada para auxiliar aos que perderam os pertences na cheia. Municípios vizinhos, igrejas, associações e populares engajaram na mobilização e milhares de alimentos, roupas, mobiliários, produtos de higiene e limpeza foram angariados e distribuídos às famílias.

Em paralelo, várias frentes de trabalhos foram organizadas. No Paço Municipal, onde as águas subiram até 1,70 metro, móveis, computadores e demais equipamentos foram perdidos. O mesmo – ou similar – ocorreu também em diversas estruturas da Administração, como Centro de Atendimento ao Turista, Conselho Tutelar, CRAS, Centro Público de Convivência, Ginásio Municipal de Esportes, instituições de ensino, Saúde, Junta Militar e outros.

Esses espaços foram limpos por meio de força-tarefa envolvendo servidores públicos e voluntários. Entretanto, alguns serviços acabaram comprometidos temporariamente, realocados para outras estruturas ou até mesmo suspensos para eventuais avaliações de estrutura.

Na mobilidade viária, equipes das secretarias de Infraestrutura e Agricultura atuam desde as primeiras horas do pós-enchente para recuperar ruas e pontes que tiveram o tráfego comprometido após as fortes chuvas.

Entre as vias e travessias que receberam pronta manutenção estão: Estrada Municipal SMO-021, Estrada Municipal SMO-022, Estrada Municipal SMO-081, Estrada Municipal Max Joseph Steiner e Estrada Municipal Raimundo Sehnem. O Estado também foi notificado sobre a ponte localizada na Rodovia SC-436, já que a responsabilidade da travessia é de responsabilidade do Governo e não do Município que, inclusive, não pode recuperar a passagem.

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