Produtores de alho do sul do Brasil estão revoltados com a entrada do produto argentino de forma ilegal. Governo federal prometeu providências mas nada aconteceu
O deputado federal Rafael Pezenti (MDB), fez um alerta ao governo federal nesta segunda-feira (13). Segundo ele, produtores de alho do Sul do País estão revoltados e, se não houver uma ação para coibir a entrada do produto argentino de forma ilegal no Brasil, prometem organizar manifestações na fronteira já a partir desta semana. “Paciência tem limite. Nos próximos dias, poderemos viver uma situação que fugirá do controle caso não sejam tomadas providências. Não é uma ameaça. É um alerta que faço. Tem produtor abandonando suas terras, entrando em depressão. Eles não pedem nenhum favor, apenas o cumprimento da legislação. O governo tem a obrigação de dar amparo a eles”, explicou o deputado.
No mês passado, Pezenti levou a situação ao conhecimento dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e pediu solução para o problema que tem prejudicado e ameaçado a atividade de milhares de famílias.Ambos garantiram intensificar a fiscalização nas cidades de Dionísio Cerqueira (SC), São Borja (RS), Foz do Iguaçu (PR) e Porto Xavier (RS), principais portas de entrada das importações, com efeitos práticos até a primeira semana de março.
No entanto, explica o deputado, não houve nenhuma ação neste sentido até agora, frustrando a expectativa dos trabalhadores. O alho argentino está entrando no Brasil em sacos contrariando as regras da Portaria nº 435/2022 do próprio Ministério da Agricultura que define o padrão de qualidade e a classificação da hortaliça e colocando em risco a segurança alimentar dos brasileiros. Santa Catarina é o terceiro maior produtor de alho do Brasil.