Governador Jorginho Mello (PL) foi a Brasília, nesta terça-feira (13), para se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD)

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), pediu celeridade  para que o PL 490/07, projeto de lei do marco temporal sobre a demarcação das terras indígenas, seja pautado no Senado Federal.

Em visita a Brasília nesta terça-feira (13), Mello se reuniu com Rodrigo Pacheco (PSD) para tratar do assunto, que inclui o território catarinense. Participaram também três senadores de Santa Catarina e da deputada federal Caroline De Toni, coordenadora do Fórum Parlamentar Catarinense. O debate sobre a demarcação de terras envolve casos emblemáticos de Santa Catarina, em especial do Alto Vale do Itajaí, gerando discussões no cenário nacional.

O governador afirmou que há impactos profundos em Santa Catarina caso o STF (Supremo Tribunal Federal) forme maioria contra a tese do marco temporal de 1988, defendida pelo Estado na suprema corte. Por isso, pediu celeridade ao presidente do Senado para que a matéria, aprovada na câmara no início do mês, seja agora pautada.

“Estou vindo pessoalmente tratar deste assunto, pois entendo que é um caso que merece extrema atenção do Governo de Santa Catarina, pois pode impactar a vida de milhões de catarinenses”, enfatizou o governador. Na última semana, indígenas protestaram contra o PL e bloquearam rodovias em todo o Estado nesta quarta-feira (7). Os casos aconteceram em Palhoça Araquari e Chapecó.

Na ocasião, o vice-cacique da aldeia Ka’aguy Mirim Porã,  Mari Escobar, defendeu que “o marco temporal limita isso [as terras] sem levar em consideração que o país todo é indígena. Nós não queremos ocupar o Centro de Joinville, mandar ninguém embora. Pra gente o que sobra é o restante”.

Funai considera inscontitucional

O projeto de Lei encaminhado ao Senado Federal defende que os povos indígenas possuem o direito de ocupar somente as terras autorizadas ou ocupadas na data da promulgação da atual Constituição Federal, 5 de outubro de 1988.

A presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Joenia Wapichana, considera o PL inscosntitucional por desconsiderar o direito originário dos povos indígenas. “Quando nossa Constituição finalmente passa a reconhecer os direitos indígenas, ela também traz uma preocupação de reconhecer os direitos originários, então colocamos isso como uma contradição a nossa Constituição.”

De acordo com Joenia, o Artigo 231 da Constituição Federal registra que são reconhecidos aos indígenas sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

*Com informações da Agência Brasil

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