No mês de outubro, Santa Catarina registrou o dobro da precipitação esperada para o período completo
Na tarde desta terça-feira (17), a Defesa Civil de Santa Catarina alertou sobre os riscos crescentes de inundações no Rio Uruguai e seus afluentes devido ao alto índice de chuvas registrado na região Extremo-Oeste.
Municípios como Itapiranga, Águas de Chapecó, Palmitos, São Carlos, Caibi e Mondaí agora encaram um risco elevado de inundação. De fato, as chuvas recentes fizeram o Rio Uruguai alcançar 11,64 metros e há expectativa de que esse nível seja superado.
A Defesa Civil observou que quatro eventos chuvosos distintos atingiram o estado, intercalados por breves intervalos de dois a três dias. Vários fenômenos meteorológicos contribuíram para esse cenário, incluindo frentes frias, sistemas de baixa pressão em diferentes altitudes e um fluxo contínuo de umidade vindo da Amazônia, dirigindo-se ao sul do país.
No mês de outubro, Santa Catarina registrou o dobro da precipitação esperada para o período completo. Em alguns lugares, como Vale do Itajaí, Litoral Norte, Planalto Norte, Sul e Grande Florianópolis, os totais excederam 400 mm, bem acima da média histórica de 170 mm. O Alto Vale do Itajaí, em particular, viu volumes expressivos; Mirim Doce registrou 463 mm, enquanto Taió marcou 454 mm em pouco mais de duas semanas.
A saturação do solo resultante destas chuvas elevou o risco de deslizamentos de terras, sendo classificado de alto a muito alto em diversas regiões. O Planalto Norte, Alto e Médio Vale do Itajaí, e Planalto Sul estão entre as regiões mais vulneráveis. O Oeste, Meio-Oeste e o litoral, incluindo partes de Florianópolis, também têm um risco considerável.
Desde o início de outubro, 149 municípios relataram incidentes relacionados às chuvas, incluindo inundações, deslizamentos e granizo, impactando residências, estradas e centros urbanos. 133 desses municípios decretaram Situação de Emergência e dois, especificamente Rio do Sul e Taió, proclamaram Estado de Calamidade Pública. A administração estadual reconheceu 160 municípios afetados.
As chuvas, contudo, trouxeram consequências mais graves e diretas para algumas famílias. Seis mortes foram confirmadas:
1. Paulo Torinelli, 65, de Rio do Oeste, morreu em 4 de outubro ao tentar atravessar uma área alagada de bicicleta.
2. Rodrigo José de Farias, 42, de Palmeira, perdeu a vida em 7 de outubro ao tentar cruzar uma área inundada com seu carro.
3. Olívia Becker Berto, 75, de Rio do Sul, faleceu em 14 de outubro ao cair de uma canoa em área inundada.
4. Maicon Moraes Agostinho, 29, foi arrastado por uma correnteza ao tentar cruzar uma ponte inundada montado a cavalo em Campo Belo do Sul.
5. Vilmar Xavier, 41, sofreu uma descarga elétrica em sua casa inundada em Três Barras em 15 de outubro.
6. Moacir Valker da Silva, 59, foi atingido por um raio enquanto conduzia seu gado a cavalo em Calmon.
Com a previsão de mais chuvas para os próximos dias, as autoridades permanecem em alerta máximo e aconselham os cidadãos a seguir as orientações da Defesa Civil para garantir sua segurança.