Na manhã desta quarta-feira (29), a segunda fase da operação Presságio desencadeou uma série de prisões em Florianópolis. Entre os quatro detidos está Ed Pereira, ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte da capital catarinense. Além dele, Lucas Arruda, ex-presidente da Comcap, e Renê Justino, ex-assessor de Pereira, também foram presos.

A ação faz parte de uma investigação aprofundada que apura supostas ilegalidades ocorridas em 2021.

Os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram cumpridos em diversas localidades, incluindo Florianópolis, Palhoça e Balneário Camboriú. A operação foi coordenada pela Delegacia de Investigação de Crimes Ambientais e Crimes contra as Relações de Consumo (DCAC) e pela Diretoria Estadual de Investigação Criminal (Deic).

O relatório inclui informações de uma análise inicial feita no telefone celular de Renê Raul Justino, ex-diretor de projetos da Fundação Franklin Cascaes e investigado na Operação Presságio. O aparelho foi confiscado em 18 de janeiro, durante o cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). O documento sugere a existência de uma suposta organização criminosa na Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte, envolvendo também servidores de outras secretarias, especialmente Fábio Gomes Braga.

Durante a operação, a Polícia Civil chamou atenção para um áudio de janeiro de 2023, enviado por Renê a um contato interessado em organizar um evento com suporte da secretaria liderada por Ed Pereira. No áudio, Renê detalha uma possível divisão de valores: “Vamos supor que é 150, tá ligado? Setenta e cinco para realização do evento, 75 pro Ed. Com os 75 da realização, dá para pagar todo mundo e ainda sobra uma boa quantia para ti”. Anteriormente, Ed Pereira havia concorrido ao cargo de Deputado Federal em 2022.

A polícia também destacou que a motivação por trás dos eventos promovidos ou apoiados pela Secretaria não seria o fomento ao esporte, mas sim o enriquecimento do Secretário e seus aliados. Há registros nos arquivos de investigação que mostram nomes de suspeitos em planilhas ao lado de projetos sociais, envolvendo secretários e vereadores. O grupo supostamente usaria servidores ou conhecidos para integrar organizações sociais que recebem fundos municipais, direcionando esses valores para os verdadeiros controladores dos projetos.

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