No dia 5 de julho, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará sua primeira visita a Santa Catarina em seu terceiro mandato, conforme informado pela deputada federal Ana Paula Lima (PT).

A visita, ainda não oficializada na agenda presidencial, coincide com a chegada do primeiro navio ao Porto de Itajaí após um ano e meio de paralisação das operações de contêineres.

A reativação do terminal de contêineres está programada para os dias 6 e 7 de julho, com a atracação de um navio carregado com 710 contêineres de carros da fabricante chinesa BYD. A visita de Lula deve contar com a presença de ministros, incluindo Silvio Costa, do Ministério dos Portos, marcando um novo capítulo para o porto de Itajaí.

Durante sua visita, Lula deve assinar o convênio de delegação da autoridade portuária por mais 25 anos e abordar o processo de arrendamento definitivo do porto por 35 anos. A Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) deve lançar o edital para o leilão do arrendamento no segundo semestre deste ano.

Segundo Ana Paula Lima, a retomada das operações do porto representa o fim de um período de descaso e abandono, atribuído ao governo anterior. Para Décio Lima, presidente do Sebrae, esta será a terceira vez que Lula “salva” o porto.

Aristides Russi Júnior, diretor-executivo da Seara Operações Portuárias, confirmou a data da primeira atracação. “Não se trata de uma operação forte, mas é um começo,” afirmou, destacando que a carga da BYD Auto é apenas o início de um processo gradual de retomada das operações de contêineres.

A Seara, do grupo JBS, assumiu as operações do terminal de contêineres em maio, após a Mada Araújo transferir 70% de suas cotas para a gigante do setor de alimentos. O governo federal também confirmou um investimento de R$ 50 milhões para a dragagem do canal de acesso, essencial para permitir a entrada de navios maiores.

A JBS, controlada pela J&F, marca o retorno dos irmãos Wesley e Joesley Batista aos negócios após sete anos. Eles se afastaram de seus cargos em 2017, após um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República, em meio à Operação Carne Fraca da Polícia Federal, que investigou a venda de carne adulterada, e gravações comprometedoras com o ex-presidente Michel Temer.

Os irmãos Batista, desde jovens, lideraram a expansão global da JBS, mas enfrentaram diversos escândalos e investigações. A J&F, holding que controla a JBS, já passou por inúmeros problemas legais, incluindo um acordo de leniência que ultrapassou R$ 10 bilhões e acordos de colaboração premiada de sete executivos, resultando em multas de R$ 225 milhões. Joesley Batista foi preso duas vezes, e Wesley Batista passou cinco meses na cadeia por tráfico de informação privilegiada.

Fonte: Jornal Razão

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