Com’ Jurado N. 2’ em alta, resolvi trazer à tona ‘Gran Torino’, o melhor filme dirigido e estrelado por Clint Eastwood. É claro que, na próxima semana, pretendo trazer uma crítica do longa-metragem jurídico de um dos maiores nomes de Hollywood.
Clint Eastwood é um magnata do cinema de Hollywood. O ator de 91 anos, possui diversos papéis e créditos como diretor, e o filme ‘Gran Torino’ é um deles. O longa foi uma grande aposta do diretor, por meio da Warner Bros. Pictures, e que deu muito certo. Se Eastwood se tornou uma lenda, ‘Gran Torino’ é um de seus melhores filmes, se não o melhor- deste século. O diretor demonstra muita solidez, atuando e comandando uma produção espetacular.
‘Gran Torino’ possui uma história emocionante, pesada e divertida. O enredo acompanha Walt Kowalski, interpretado por Eastwood, um homem muito conservador, que ainda vive nos anos 1950. Ele é um montador de carros aposentado, que mantém seu espírito americano desde sempre, e o último do bairro tomado por asiáticos. Walt é um racista, bebedor de cerveja e um grande cuidador de sua casa, que odeia que pisem em seu gramado. Mesmo aposentado, ele faz favores como consertar uma pia ou um ventilador. Ele é um rabugento que odeia asiáticos, música atual de adolescente, drogas e se irrita facilmente com seus filhos idiotas, que o tratam como se fosse um velho gagá – o que não é o caso.
Com o roteiro de Nick Schenck, a história decola e gosta de andar em dois lados: o conservador e o que está disposto a mudar. Walt é um xenofóbico muito por conta do que a Guerra da Coreia fez com ele, e ainda mais após se tornar viúvo. Sua personalidade é horrível, e quando o garoto Thao (Bee Vang) tenta roubar seu Gran Torino – seu carro que é uma relíquia -, o ódio do velho americano aumentou. Mas, o que mais é interessante no filme, é como, aos poucos, os asiáticos e vizinhos de Walt começam a tratá-lo, depois de salvar Thao de uma gangue Hmong. Certamente, houve um respeito de ambas as partes no começo, que foi aumentando ainda mais, quando Walt se tornou um amigo de Sue (Ahney Her), irmã de Thao.
A primeira meia hora do filme deixa bem claro que Walt é um ignorante. Devagar, há uma construção de uma relação entre o vizinho ranzinza com seus vizinhos asiáticos, e aos poucos, ele vai vendo que tem muito em comum com os “chinas” do que sua própria família. O longa não permite só seriedade e uma visão de ódio, mas suavizar em certas cenas, para aliviar o espectador, com diálogos engraçados. O filme não quer ficar preso só ao preconceito escancarado de um personagem, que se arrepende e vê que nem tudo é o que parece.
Em questão de atuação, Eastwood arrebenta, e lidera um elenco jovem e aparentemente sólido. É claro que, Vang e Her não eram estrelas como o ator na época, mas possuíram seu belo tempo de tela e brilho. Mas, na maior parte do tempo, Eastwood ofusca os jovens atores e todo o restante, mostrando sua postura firme e categórica.
Contudo, o filme de 2008 de Eastwood é funcional e um grito conservador de um personagem, que pode mudar. Sua ambientação calma no meio oeste, facilita a transição de cenas, que em sua maioria, ocorrem na vizinhança. A história pura, de um homem amargurado, denota que a xenofobia e o preconceito ainda terão lugar se não mudarmos nosso caráter.
Nota: 10