Lula afirma que não aceita negociar pastas consideradas importantes; presidente pede responsabilidade do Banco Central pois, segundo ele, não existe motivação para manter taxa de juros em 13,75%

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou possíveis trocas em ministérios durante a entrevista exclusiva para a Record TV na noite da última quinta-feira (13). Na ocasião, o presidente afirma que não aceita negociar pastas consideradas importantes como, por exemplo, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família Combate à Fome e o Ministério da Saúde.

“Esse ministério [do Desenvolvimento Social] é um ministério meu. Esse ministério não sai. A Saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério. É o governo que oferece o ministério. É só fazer uma inversão de valores“, afirmou o presidente.

Questionado sobre possível “reforma ministerial”, Lula alega que não pode realizar mudanças durante as férias dos deputados.

“É que alguns partidos políticos queiram vir fazer parte da base do governo. Se esses partidos tiverem a decisão de vir participar do governo, nós vamos ter que fazer o manejamento no ministério. Não é nem uma reforma, é apenas acomodação de alguns partidos que ficaram fora, mas que querem participar”, pontua.

Mesmo assim, o presidente afirma que é uma pratica “natural” no Brasil e critica que o País adotou a ideia como uma possível troca de favores.

“Quando as pessoas falam isso, as pessoas estão negando o que é cultura política no mundo. Você faz acordo político, você faz composição política, você faz fusão de partido. Vale para o mundo inteiro. Na hora em que você ganha a eleição e você não tem maioria no Parlamento para aprovar a coisa que você quer aprovar, você vai ter que fazer composição. E você faz composição com quem ganhou, você não faz com quem perdeu. Portanto, nós temos que conversar com os partidos que estão dentro do Congresso Nacional”, explicou.

Lula cobra o Banco Central

Ainda durante a entrevista exclusiva para a Record TV, Lula voltou a reclamar da atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campo Neto, e disse que não há motivos para o órgão manter a 13,75 ao ano a taxa básico de juros da economia.

“A função dele também é gerar empregos. A função dele também é fazer a economia crescer. E é por isso que ele tem que ter responsabilidade de olhar a política monetária com vários vieses, de vários lados, ele não pode apenas achar que é preciso aumentar juro”, frisou.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *